Qual será o futuro das startups brasileiras?

Wanessa Leite

CEO da Dyndo, startup de troco digital, com experiência na gestão
de equipes de empresas e startups dos segmentos detelefonia móvel e varejo

Com mais de 12 mil startups espalhadas pelo país, de acordo com o último levantamento da Associação Brasileira de Startups, é do interesse de todos que estão dentro ou à margem dessa atmosfera discutir a preservação do modal.

E não só pela responsabilidade na geração de renda significativa, mas também, e principalmente, pela coragem de empreendedores que vislumbram soluções para problemas existentes, criando possibilidades ainda não concebidas por outras empresas. O cerne de cada startup reside, justamente, nessa capacidade de imaginar, criar, inovar e transformar, exatamente o que precisamos no Brasil.
Contudo, para manter essa engrenagem em bom funcionamento é necessário amplo e constante investimento, principalmente, em tecnologia, já que com o dinamismo do setor, é impossível se manter à frente da maratona do mercado sem o empenho digital adequado.


Parte dessa necessidade se prova pela pressão do atual cenário. De acordo com o último relatório realizado pela plataforma de tecnologias emergentes da América Latina, Distrito, em 2023 houve queda de 48,6% nas transações de investimentos em startups latino-americanas no mercado de Venture Capital, em comparação a 2022.


No Brasil, os investimentos foram em 455 negócios, com um volume aportado de US$1,9 bilhão. O que, apesar de representar mais de 60% dos investimentos na região, também reflete uma redução de 21,1% nas transações em comparação ao ano anterior, quando o relatório registrou 931 negociações em território nacional. A baixa se deve a inúmeros fatores, como guerras civis, políticas, sociais e econômicas, que afetam diretamente a dinâmica do mercado de investimentos.

Situações que estão além do controle de cada empresa. Logo, o futuro das startups brasileiras – e, aqui, isento as chamadas ‘unicórnios’ – pode estar comprometido, mas pela dinâmica do setor, que precisa lidar com a maré de instabilidade gerada por uma série de acontecimentos que corroem o modal.

Mas se a chave de criação do termo está na inovação, quem sabe não é nela também que está sua conservação? Acredito que a sobrevivência dessas empresas dependerá, em grande parte, da capacidade de superar esses desafios, de se adaptar a novas realidades e de continuar investindo, sobretudo, em sua base tecnológica.


Ao criar soluções fundamentais para a sociedade, fica difícil ignorá-las. A jornada está longe de ser fácil, mas a perseverança, a inovação e o compromisso com a excelência podem manter as portas abertas para um futuro vibrante e promissor nesse universo.